domingo, 30 de novembro de 2008

Meu reencontro com Nietzsche


Hoje, me reencontrei com um dos meus pensadores preferidos: Nietzsche. Acordei com sede de reler alguns de seus aforismos, por vezes tão profundos, por outras tItálicoão confusos. Comecei pela obra O Anticristo.
Logo, fui atraída para Além do bem e do mal ou prelúdio de uma filosofia do futuro. E qual não foi a minha surpresa ao ler, já no prefácio, a citação: "Supondo-se que a verdade seja feminina — e não é fundada a suspeita de que todos os filósofos, enquanto dogmáticos, entendem pouco de mulheres? Que a espantosa seriedade, a indiscrição delicada com que até agora estavam acostumados a afrontar a verdade não eram meios pouco adequados para cativar uma mulher? O que há de certo é que essa não se deixou cativar — e os dogmáticos de toda a espécie voltaram-se tristemente frente a nós e desencorajaram-se."


Realmente, Nietzsche era um filósofo póstumo, como ele mesmo se descrevia. Entender a mulher, mais do que isso, entender o outro. Como é difícil decifrar frases soltas e atitudes imprevisíveis - ou mesmo as previsíveis.
Filósofo, mesmo nos tempos de hoje, é mesmo um ser diferente. Será que é de tanto pensar? Fico aqui esperando uma atitude, mesmo que seja negativa, mas uma atitude... e nada. Fico confusa a cada encontro casual -- porque todos são casuais.
Então, ontem, depois de passar uma semana esperando que algo acontecesse, mesmo que não fosse o que eu tanto desejo, decidi aceitar o convite de um homem comum: não-filósofo. E percebo a grande diferença. Esse homem comum não tem medo de dizer o que quer de mim, o que espera que aconteça entre nós. Afinal, é um cortejo longo, que se iniciou antes de eu ingressar na Filosofia e foi interrompido por motivos mundanos.
E nessa conversa que varou a madrugada, fui uma filósofa, cheia de indagações e porquês. A todo tempo, quis justificar e entender todo aquele interesse em mim. E esse homem comum foi o mais simples e objetivo que já ouvi. E diante dessa objetividade, me perdi. Não sei o que fazer diante de tanta informação e querer. Não sei se aceito ou se aguardo os próximos acontecimentos.
O que Nietzsche falaria pra mim?
Como não tenho Nietzsche, recorri a um velho amor, que estava on-line. Foi um verdadeiro Nietzsche, sem medo de dizer o que pensa, mesmo que doesse. E doeu...
Agora, é eu ter coragem pra tomar uma atitude e encerrar ou não uma situação, ou partir para o homem comum. Por hora, vou comer uma pizza e tomar um bom vinho. Quem sabe o deus Baco me ajude a elucidar essa fórmula aritimética, que é se apaixonar por um filósofo.
(escrito em 30/11/08)

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