sexta-feira, 18 de maio de 2018

Cada um tem a sua própria Caverna com luzes e sombras

O Mito da Caverna, ou Alegoria da Caverna, uma passagem do livro “A República” do filósofo grego Platão, fala sobre pessoas prisioneiras em correntes desde o nascimento em uma caverna, que passam todo o tempo olhando para uma parede ao fundo iluminada pela luz produzida por uma fogueira. Nessa parede tão adorada e observada por esse grupo são projetadas sombras que representam pessoas, animais, plantas, objetos do dia a dia. Esses prisioneiros ficam dando nomes às imagens -  sombras - analisando e julgando as situações ali representadas. Curiosos em saber o que são realmente, mas presos e com medo do desconhecido.


Cada um tem a sua própria caverna. Ficamos ali observando as luzes e sombras e nomeando-as. Poucos são os que ousam sair e conhecer a verdade dessa(s) luz(es). Às vezes, nos libertamos das correntes e saímos da nossa caverna para conhecer essa(s) luz(es). Alguns voltam com medo. Outros se perdem. Outros se encontram. Outros enlouquecem.

Na minha caverna há uma luz que sempre me atrai. Há anos fico imaginando como será essa luz do lado de fora. Saí várias vezes e tentei "viver essa luz". Nunca consegui viver como queria ou apreciá-la como desejava. Voltei várias vezes para a minha caverna com essa luz enfraquecida. Para me proteger, me preservar, e continuar vivendo e apreciando outras luzes, aprendi a colocá-la em uma caixa, e lá a esqueço. Grande bobagem, porque a luz e a caixa são minhas, mas a chave não! Alguém tem a chave e sempre a abre e lá vou eu, novamente, tentar resgatar essa luz (ou sombra).

E toda vez que eu saio da minha caverna e entro em contato com essa luz no mundo real e não do conforto da minha caverna, me encanto. Me encho de vida. Mas também de medo. Entro em uma luta insana entre o meu desejo e a minha razão. A minha razão me chama de louca, me ridiculariza e até me ameaça de morte! E ela sempre vence! Volto para a caverna com aquela luz e a coloco novamente na caixa e peço inconscientemente para que o dono da chave feche novamente a minha caixa. E ele o faz!

Mas eu sou aquele prisioneiro que consegue se “libertar das correntes” vez ou outra para vivenciar o mundo exterior e driblo o "dono da chave". E ele, novamente, abre a caixa e, diferentemente do que eu imagino, essa luz está mais forte!

O que fazer com essa luz que me atormenta e me encanta?
O que fazer com essa luz que nem sabe ser luz e, muitas vezes, é sombra?
Será possível viver essa luz em paz?
Quantas vezes terei que guardar essa luz nessa caixa?
Será que não chegou a hora de deixar essa luz viver ou então morrer?

Só há uma certeza nessa história tão louca: a luz me faz bem enquanto não é sombra!
E como diz Roberta Campos: "O universo conspira a nosso favor. A consequência do destino é o amor, pra sempre vou te amar" e pra sempre essa luz vai brilhar, mesmo quando for sombra!





Nenhum comentário: