domingo, 8 de julho de 2012

Mentiras sinceras interessam sim - às vezes!

Concordo com Gikovate quando diz que não fazemos amor, porque amor se sente; o que fazemos é sexo.
Concordo com o psiquiatra quando diz que amor e sexo são diferentes e não necessariamente -- na realidade quase nunca -- andam juntos. Mas talvez tenho que discordar com o profissional, quando diz que não há necessidade de "romance" quando fazemos sexo, independentemente de haver ou não sentimento amoroso entre os parceiros.
Talvez seja algo mais do universo feminino a necessidade de "romance", mesmo quando esse não exista. Abro aqui um parentese nesse texto e peço desculpas às feministas de plantão. Embora eu seja uma eterna partidária da igualdade, acredito sim que temos diferenças e que devem ser respeitadas. Diferenças que não nos fazem inferiores ou superiores, mas que nos tornam diferentes apenas. 




Não sou contra o desejo sexual e acho que ele é tão -- ou mais -- forte que o sentimento de amor. Mas não sei  se, a essa altura da minha vida, gosto do sexo por sexo. Portanto, acho que criar um "romance", mesmo que sentimentalmente inexistente nesse momento, é imprescindível para que o sexo seja bom, seja feliz e não cause frustrações para ambos, principalmente quando os pares se conhecem há anos.
Sempre fui contra relações sexuais entre amigos.
Preconceito? Talvez!
Mas eu acredito que seja mais uma forma de preservar esse sentimento tão delicado e importante que é a amizade.
Porém, há amigos que desejamos mesmo antes de sermos amigos. E aí, como fazer?
E quando esse sentimento de tesão dura há anos e  acreditávamos que era só nosso, mas de repente nos é revelado que é (ou era) um desejo mútuo. O que fazer?
E quando aliado a esse sentimento de tesão nasce uma admiração entre os amigos. O que fazer?
Será que devemos fazer?
Será que toda essa vontade ( ou seria curiosidade) desenfreada não deveria ficar no universo da metafísica?
Quando falei há pouco em respeitar as diferenças entre mulher e homem, não quis dizer em se submeter. Mas em entender o universo particular de cada um. Somos diferentes sim!
Ainda bem!
Não acho antifeminista uma mulher ser mulher quando é isso que se espera dela. Não deixaremos de ser fortes, independentes financeiramente ou emocionalmente se formos mulher e agirmos como tal. Ou seja: fêmeas!
De gostar de se sentir desejada, de se enfeitar e se perfumar para o homem que nos deseja. Como disse sabiamente o filósofo francês Paul Valéry: "Uma mulher que não usa perfume não tem futuro".
E com esse sentimento de mulher, gostar sim de "romance", independentemente se esse for verdadeiro ou não. Há momentos em que "mentiras sinceras interessam". E esse é um dos momentos.
O que fico pensando aqui é como outros fatores dessa nossa sociedade hipócrita fazem com que as pessoas se travem, se fechem e tentam mostrar ao outro que tudo que está acontecendo é CASUAL! Ou então desejam "dar as cartas", porque assim demonstram "não envolvimento". 
Qual o problema de se envolver hoje em dia?
O medo de mostrar sensibilidade hoje em dia é patético! Como se ser sensível e se deixar envolver - mesmo que seja apenas por aquele momento - seja uma demonstração de fraqueza. Ou seja, os fortes não sentem, não se envolvem. São tão fortes que nada pode abalar suas vidas.
Pois então, não seria melhor a fraqueza de sentir, de se mostrar, de dizer o que te faz feliz ou infeliz?
Será que não é melhor uma pessoa assim, seja ela amigo, amante ou namorado?
Não importa, porque quando se fecha uma porta, um novo mundo se abre (ou deveria se abrir)!
Não deveria haver sexo por sexo entre amigos. Não deveria haver sexo por sexo entre duas pessoas que se desejam há muito tempo.
E se o sexo for sexo por sexo, na realidade, foi um grande engodo e realmente o desejo (ou a curiosidade) deveria ter ficado no universo inatingível da metafísica.
É preciso sempre ter romance, intimidade, demonstração de desejo, mesmo que seja em um único e exclusivo momento, porque, caso contrário, trata-se de sexo por encomenda e JAMAIS deveria haver esse tipo de sexo entre pessoas que se admiram e se desejam há tanto tempo.
Não somos máquinas. Não somos apenas entes, somos seres, principalmente! 

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