sábado, 14 de julho de 2012

O fascínio dos homens que ultrapassaram a casa dos 50

Após os 50, a brincadeira pode ficar bem melhor!
Estou a caminho dos 50 anos e confesso: não estou assustada. Achei que quando chegasse a essa dezena, ficaria profundamente triste e me consideraria uma mulher envelhecida; que nada, me sinto cada vez mais rejuvenescida e feliz por estar viva. A minha paixão pela vida é cada vez maior e estabeleço projetos como se estivesse com 20 anos. 
Aliás, considero essa a melhor fase da minha vida. E um dos desafios que tenho é "compreender os homens que ultrapassaram a casa dos 50". 




Uma vez eu li que o homem ama realmente pela primeira vez quando chega a essa temida dezena. Fiquei interessada nesse artigo e as explicações eram muitas: maturidade; estabilidade financeira e, consequentemente, a possibilidade de  oferecer aos filhos oportunidades interessantes, mesmo que não mais casados; e, claro, passagem por alguns relacionamentos equivocados.
E como a própria psicanálise já afirmou, como as mulheres amadurecem mais cedo do que os homens, nós passamos por essa transformação uns cinco-dez anos antes deles.  A minha fase foi entre os 36-40 anos. Então, acredito que posso falar um pouco sobre esses homens, que são fascinantes. 
Claro, há as exceções: aqueles que continuam meninos e dependentes emocionalmente e sempre se colocam na posição de vítimas do mundo; aliás, esse tipo de pessoa existe em todas as faixas etárias, independentemente de serem homens ou mulheres, e a minha sugestão a essas pessoas é: "curem-se".
Mas há uma leva de homens que ultrapassaram a casa dos 50 bastante interessante! 
Eles passam por uma fase chamada "metanoia". 
Mas o que vem a ser isso?
Um período similar à adolescência, quando esse homem está em busca de uma identidade e procura se adequar a um novo corpo e, principalmente, a rever seus valores. Trata-se então de uma nova fase de adaptação. Mas, assim como a adolescência, é bastante complicada; eu diria que até mais complicada, porque nessa nova etapa da vida, esse homem tem obrigações que na adolescência não tinha. Portanto, para que ele realmente se transforme, ele precisa quebrar muitos paradigmas. Uma tarefa não muito fácil.
Geralmente, os primeiros questionamentos desse homem são em relação às suas escolhas profissionais -- apesar de bem sucedidos, voltam aos sonhos antigos e utópicos; e às paixões do passado. É muito comum esse homem resgatar uma mulher que conheceu no passado, independentemente de ter se envolvido com ela ou não, e querê-la em sua vida. Mas ainda não sabe como fazer isso!
Não é fácil para essas mulheres, porque esses homens passam por um turbilhão de emoção -- veja bem, quando esse resgate é realmente fruto dessa fase, porque existem homens que sempre estão no passado e, geralmente,  são imaturos e buscam essas mulheres para se autoafirmarem. É importante ficar atento a essa tênue diferença. 
Há alguns profissionais estudiosos do comportamento que consideram essa fase perigosa. Mas outros que acreditam que se esse homem aliar essa vontade de resgatar e questionar valores que o torna angustiado com a maturidade que conquistou, poderá sair dessa fase mais amadurecido, feliz e seguindo um rumo em sua vida que lhe dará mais prazer. Ou então, descobrir que a vida que construiu até o momento é o que lhe fará feliz pra sempre. Não importa: irá se encontrar!
Eu costumo dizer que só podemos fazer os outros felizes, se formos felizes também; porque esse sentimento é contagiante e afeta a todos que estão ao nosso lado. E o contrário, uma pessoa deprimida, fechada, infeliz também provoca esses sentimentos aos que estão ao seu lado, principalmente aqueles que não têm como deixar de conviver com eles.
Quebrar paradigmas não é uma tarefa fácil. À princípio, parece que estamos negando todas as verdades que até então acreditávamos. Mas a busca do ser-em-si não é um caminho tranquilo, mas pode ser bastante interessante.
Já conhecemos histórias com finais felizes de pessoas que decidiram por outras carreiras após os 50 anos e, finalmente, se encontraram. Claro que tiveram que passar por questionamentos de todos que estavam à sua volta e não compreenderam esse momento e até não os apoiaram. Mas essas pessoas optaram por pensar nelas um pouco mais e chegaram aonde quiseram e hoje estão bem sucedidas -- talvez não tão financeiramente -- mas sentem prazer no que fazem.
Em relação à busca de um amor verdadeiro é mais complicado, porque, na maioria das vezes, esses homens buscam mulheres fortes, e ainda não aprenderam a lidar com elas. E nem as mulheres fortes sabem lidar com esse homem em ebulição, porque uma mulher forte sempre está em ebulição.

Mas apesar de toda essa ebulição, essa gangorra emocional e esse não saber o que fazer, mesmo querendo fazer, sem dúvidas, o homem que ultrapassou a casa dos 50 é de longe umas cinco, seis, dez vezes melhores do que os de 30. Sem ofensas!
E se homens e mulheres nessa fase -- da metanoia -- souberem praticar a paciência, com certeza, o amor que surgir -- nessa nova etapa da vida -- será muito mais interessante.
Porque aos 50 já vivemos e perdemos muitos amores, alguns até para o fatal (a morte), embora a maioria seja pelo desgaste do viver a dois (tão difícil!). Porém, apesar de todas as perdas, ao olhar para o amor aos 50 anos continuamos achando o seu caminho belo. Mas com um grande diferencial: conhecemos a matemática do amor, que soma, divide e multiplica com sabedoria e sem precisar da prova dos nove.
Por isso, homens que ultrapassaram a casa dos 50 e que andam preocupados: se vocês souberem lidar com esse turbilhão de emoção e aprenderem a se arriscar, a brincadeira pode ficar muito mais divertida! 









Nenhum comentário: