Essa semana, dois assuntos foram pautas nas redes sociais e mídia, e duas legiões se debateram. Houve até ofensas. Os temas, o suposto estupro no BBB 12 e Luiza foi para o Canadá (agora já voltou), esgotaram comentários. E tiveram vários desdobramentos na mídia. A Veja dessa semana traz na capa o caso BBB e muitas outras empresas adotaram o slogan "foi ou voltou de algum lugar".
O jornalista Carlos Nascimento, um dos mais respeitados do país, deu sua opinião sobre os dois casos e foi severamente criticado por alguns. Li coisas absurdas como: "Carlos Nascimento, vá para o Canadá", "Nós não éramos mais inteligentes, é que não havia a rede e não tínhamos como brincar", e ele foi chamado de pseudo intelectual, confundiram a opinião dele com o seguimento que a emissora adota, enfim comentários inacreditáveis. Claro que o grupo a favor também contra atacou.
Mas a questão que levanto aqui é outra: as pessoas batem no peito para defender o direito de expressão, mas desde que essa expressão comungue de sua opinião. Sinto muito, mas isso não é liberdade de expressão.
Liberdade de expressão é quando todos podem opinar e todos podem discordar, mas esse discordar tem que ser inteligente, com argumentos inteligentes e não com ofensas ou dizendo que a rede é pra se brincar ou ofendendo de forma grosseira o outro. Isso é fraco.
Vamos lá. O caso BBB foi excelente para a TV Globo, apesar de todos os problemas que o episódio gerou. No dia seguinte, a audiência do programa mais do que dobrou, imaginem o que a emissora não está faturando em publicidade; os responsáveis pela campanha do empreendimento de alto luxo na Paraíba, que inteligentemente lançou na rede o "Luiza foi para o Canadá", só na primeira semana vendeu mais de oito unidades. Parabéns às duas "campanhas de marketing", porque conseguiram mobilizar pessoas a favor e contra e assim tiveram seus nomes e marcas na mídia a semana inteira e atingiram os seus objetivos.
Outra questão a ser pensada é que nós, tanto os contras como os a favor, ajudamos para que esse tipo de situação cada vez mais faça parte de nossas TVs e compartilhamentos nas Redes. Não importa o lado que defendemos, no final, estamos todos no mesmo barco, remando para o mesmo lado.
É isso mesmo!
No caso das emissoras de TVs, programas do tipo BBB, Mulheres Ricas, a Fazenda etc estão aí todos os dias. Também sabemos que a audiência de programas sensacionalistas, nos quais situações grotescas são expostas e não debatidas, alcançam índices surpreendentes. E a mesma coisa acontece nas Redes Sociais.
O que quero dizer com todo esse blá, blá, blá?
É que somos responsáveis por todas essas situações. Nós - telespectadores, leitores e internautas - temos o controle e não sabemos; quanto mais audiência, independentemente de ser a favor ou contra, tiver, mais isso vai acontecer.
Vamos continuar sim ajudando na audiência, mas com inteligência, propondo um debate saudável, sem ofensas, mas com argumentos fortes, ou a favor ou contra. Só assim haverá mudanças. Tenho certeza que todos somos capazes.
Porque todos somos realmente inteligentes. Ou não?
Nenhum comentário:
Postar um comentário