Há algum tempo voltei a estudar a Filosofia Budista. Simpatizo-me mais com o Budismo Tibetano, também conhecido como vajrayana ou lamaísmo.
Como é difícil qualquer prática espiritual na modernidade. Vivemos em um mundo tão focado no "ter" e tão distante do "ser", que os adeptos do primeiro olham pra nós com olhos tortos. E o que é pior, ficamos na mira desses que a qualquer movimento errado seu -- afinal, você está também aprendendo a caminhar por essa nova estrada que escolheu -- apontam seus dedos cheios de verdades dogmáticas e dizem não entender que você tenha tido essa ou aquela atitude. É uma maneira de desaprovar a sua escolha ou de debochar da sua Fé.
Transformar a mente é algo demorado, exige disciplina e muita dedicação. Não basta apenas leituras, mas ações, e é nesse momento que a prática espiritual fica um pouco complicada, mas jamais impossível.
Essa semana, eu tive a minha primeira provação e não passei. Segundo a Filosofia Budista há três grandes pecados que devemos evitar: a ganância, o ódio e a ilusão. Acredita-se
que a vingança (ou revidar, ou seja, o ódio) não é uma força de personalidade e sim
uma demonstração de fraqueza, e é verdade!
Quando fui confrontada, eu pratiquei esse pecado: o ódio (raiva). E não preciso dizer que fiquei profundamente abalada e decepcionada comigo. Passei dois dias meditando para tentar me perdoar; e me perdoei. Essa foi uma provação que eu não passei, no entanto como um dos ensinamentos do Lojong enfatiza: " transforme situações adversas em condições favoráveis ao desenvolvimento espiritual".
Ao me perdoar, eu procurei aprender com minhas ações negativas (a expressão da raiva) e humildemente reconheci que preciso trabalhar um pouco mais. Eu estava muito segura que já havia dominado esse meu lado impulsivo e explosivo, tão segura que o Universo decidiu colocar no meu caminho pessoas que o provocaram. Essas pessoas não passaram de instrumentos.
Também percebi, após longas horas de meditação, que esse movimento do Universo foi a maneira que Ele encontrou de fazer com que eu enxergasse o melhor caminho a seguir nesse momento da minha vida.
Foi então, após os desdobramentos da minha ação de raiva, que notei esse movimento e notei que vinha praticando outro grande pecado: a ilusão; é muito triste quando acreditamos em algo que não é real. No entanto, é mais sofrido quando nunca descobrimos.
Ainda estou no primeiro degrau da minha transformação, que é o reconhecimento pessoal de que certas atitudes e certos modos de ser são benéficos e outros não. Sei que tenho um longo caminho pela frente e muitas pedras para transformar em Lótus, mas também sei que estou no caminho certo.
Haverá dias bons, outros nem tantos; mas qualquer transformação é árdua e eu aceito esse desafio.
Nasmastê!
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